Criacionismo: A Origem das Espécies Religiosa


O criacionismo é a teoria da origem das espécies animais e vegetais defendida pelas religiões judaica, católica e muçulmana. De acordo as teses criacionistas, cada uma das espécies de seres vivos teria surgido do nada por intermédio de deus. Como justificativa do modo de aparecimento da vida na Terra, os fundamentalistas dessas religiões apelam para crença cega nos mitos e lendas sobre a criação narrados nos Gênesis.
No século XIX, essa doutrina encontrou sustentação por parte de cientistas antievolucionistas do porte do naturalista francês Georges Léopold Chrétien Frédéric Dagobert, o barão Cuvier (1769-1832), fundador da paleontologia, que considerava os fósseis de seres vivos instintos como remanescentes de eras antigas, interrompidas por catástrofes. Hipótese semelhante a de outro geólogo francês, seu discípulo, Alcide d’Orbigny (1802-1857), que identificou 28 ocorrências de desastres naturais que aniquilaram, no passado distante, a vida na superfície do planeta. Eles acreditavam que o dilúvio descrito na Bíblia teria sido o último fenômeno desse tipo e que por intervenção divina as espécies atuais teriam sobrevivido.
Após o lançamento de A Origem das Espécies (1859), de Charles Darwin, houve um intenso debate envolvendo criacionistas e evolucionistas, na Associação Britânica para o Avanço da Ciência, que fica em Oxford. Lá, em 1860, o biólogo inglês Thomas Henry Huxley (1825-1895) defendeu muito bem as ideias de Darwin com fervor quase religioso contra o sarcasmo do Bispo Samuel Wilberforce. Geralmente, teses criacionistas são invocadas para explicar as lacunas existentes na descrição da vida na Teoria da Evolução, sobretudo em relação à consciência humana e à explicação sutil de algumas especificidades dos seres vivos e de órgãos delicados como o olho. Contudo, o criacionismo não pode ser compreendido como uma teoria científica, pois o recurso à causa divina impede que seja imaginada ou prevista qualquer experiência que possa testar ou falsificar suas hipóteses. Funda-se apenas na crença religiosa em torno da lenda antiga judaica e em nada contribui para o avanço do conhecimento.
Embora a Teoria evolucionista da origem das espécies também seja de difícil falsificação por experimentos laboratoriais, uma série de evidências observadas ao longo dos últimos séculos tem apontado para sua correção, em seus aspectos centrais. Além disso, o desenvolvimento da Genética e a descoberta do ácido desoxirribonucléico (ADN), molécula básica da vida, contribuíram para consolidação da Teoria da Evolução como a melhor explicação para origem da vida na Terra, a despeito de crenças religiosas em contrário e da ignorância de grande parte da população ocidental.

Segundo a paleoantropologia, a espécie Homo sapiens sapiens – os humanos atuais – teria aparecido nos últimos 100 mil anos, enquanto o primeiro Homo sapiens data de cerca de 200 mil anos atrás. Os mais antigos hominídeos conhecidos surgiram aproximadamente há 2 milhões de anos, época em que o gênero Homo se distinguiu dos australopitecos para formar o nosso nicho específico entre os primatas.

Referências Bibliográficas

DARWIN, Ch. A Origem das Espécies. – Rio de Janeiro: Ediouro, 1987.
DAWKINS, R. O Gene Egoísta. – Belo Horizonte: Itatiaia, 1979.
FOLEY, R. Apenas Mais uma Espécie Única. – São Paulo: Edusp, 1993.
GOULD, St. J. Seta do Tempo, Ciclo do Tempo. – São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
LEAKEY, R. A Origem da Espécie Humana. – Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
WILSON, E. O. Sobre la Naturaleza Humana. – México, DF: Fondo de Cultura Económica, 1992.

 

2 respostas em “Criacionismo: A Origem das Espécies Religiosa

Deixe um comentário