Bem Público e Ultimato

Modelos de Jogos

Além do Dilema dos Prisioneiros e da Centopeia, dois outros modelos de jogos têm sido objeto de vários estudos: o jogo do Bem Público e o já mencionado jogo do Ultimato. Esses dois tipos de jogos servem para analisar respectivamente o papel de um mediador e da equidade nas escolhas das estratégias. Como corolário, também são examinados seus efeitos com a consequente instituição de mecanismos de fiscalização, de controle, reputação, da influência cultural e da existência de um suposto homo oeconomicus.
A primeira parte do curso de Teoria dos Jogos e da Cooperação encerra o ano com texto Bem Público e Ultimato.

Computadores X Estudos Acadêmicos

O desenvolvimento de computadores ou máquinas inteligentes é algo que sempre esteve na agenda de filósofos visionários, pelo menos desde quando Platão começou a elaborar uma teoria do conhecimento em seu diálogo Teeteto. As teorias da mente estavam por detrás desse tipo de investigação sobre o entendimento humano tornaram mais nítida a vinculação de mecanismos inteligentes ao comportamento dos seres vivos, a despeito do que pensava o mecanicista René Descartes (1596-1650). Mas a invenção de autômatos reais ou virtuais não era exatamente uma inovação moderna. Mecanismos sofisticados já haviam sido usados por gregos do século I a.C. para calcular a trajetória dos astros visíveis – como a calculadora mecânica descoberta em restos de naufrágio próximo à ilha Antiquitera, no mar Egeu.

Centopeia, Indução Reversa, o Papel do Tempo

Um dos problemas mais graves de jogos repetidos como Dilema dos Prisioneiros Iterado é o efeito da jogada final sobre o comportamento dos jogadores. A forte tendência para deserção acontece quando se estabelece de antemão um prazo fixo para o término da partida. No primeiro torneio de computadores de Axelrod, essa dificuldade não foi determinante, graças ao fato de nenhum dos programas que participaram do evento terem explorado tal propriedade dos superjogos finitos. Quando há um momento que todos sabem ser o fim do jogo, a tendência é deste ser interpretado como o jogo básico, onde as escolhas são feitas em função do ponto de equilíbrio original.

Ruído, Alternância e Evolução

Modelos de Jogos

Da mesma forma que os jogos de soma zero não eram suficientes para descreverem todo tipo de interação entre dois agentes racionais, o modelo padrão do Dilema dos Prisioneiros Iterado apresentava muitas limitações em sua representação das relações sociais ou biológicas, em um nível mais profundo. Acrescentar elementos presentes em interações reais, que por simplicidade foram inicialmente omitidos, tornaria a simulação mais precisa, apesar de sua complexidade. Afinal, ruídos, equívocos, troca de papéis e evolução da posição dos agentes são frequentes nas relações observada no dia-a-dia dos organismos vivos.
Inserido primeiro texto da quarta unidade do curso de Teoria dos Jogos e da Cooperação. Leia em Ruído Alternância e Evolução.

Estratégias Vitoriosas

Evolução da Cooperação

Depois que Axelrod popularizou a simulação em computadores como método de avaliação privilegiado das condições em que estratégias cooperadoras poderiam ser bem sucedidas, uma série de variações dos parâmetros dos campeonatos originais foi testada com o intuito de examinar a validade de suas hipóteses iniciais. Para cada novo modelo, apareceram novas estratégias vitoriosas que se mostravam robustas a invasões, enquanto corrigiam algumas vulnerabilidades percebidas nas versões anteriores. Pequenas mudanças na constituição primária do Dilema dos Prisioneiros Iterado poderiam favorecer linhas de ação que de outra forma não poderiam subsistir plenamente.
Continue lendo texto que encerra a terceira seção do curso de Teoria dos Jogos e da Cooperação: Estratégias Vitoriosas nas Variantes do Modelo Padrão;

Problemas com o Modelo Padrão

Antes de ser formalizado por Robert Axelrod, o Dilema dos Prisioneiros Iterado era conhecido intuitivamente pelos economistas como “teorema popular” (folk theorem). O teorema popular descreve a noção partilhada pelo senso comum de que qualquer tipo de cooperação pode ser sustentada, em uma iteração, desde que haja a ameaça de punição aos transgressores. Tal punição seria mais eficiente na medida em que sua carga viesse se prolongar muito ao longo do tempo. O problema que surgia, então, era a dificuldade em se saber qual dos múltiplos equilíbrios possíveis deve ser recomendado para uma situação específica, já que eles podem ser mantidos de muitas maneiras diferentes.
Terceiro texto da seção de Evolução da Cooperação em Teoria dos Jogos e da Cooperação:

Os Torneios e a Estratégia TIT FOR TAT

O uso de computadores para realização de testes de simulação não era uma novidade nos anos 1980. Já na primeira edição de O Gene Egoísta (1976), Richard Dawkins informava que programas estavam sendo empregados “em todos os campos onde a previsão futura é necessária”. Assim, pesquisadores de áreas como economia, ecologia, sociologia, psicologia além dos estrategistas militares, estavam aplicando modelos simplificados de aspectos do mundo trabalhados por suas respectivas teorias. As simulações eletrônicas traziam a vantagem de reduzir o tempo necessário para observação dos efeitos de um ação, caso esta viesse a ser desempenhada no contexto real. Apesar de serem apenas aproximações do que poderia acontecer na realidade, as simulações funcionavam como substitutas eficientes à prática da tentativa e erro aleatória.

Pibinho e Reprovação, de Novo!

AsnoO Produto Interno Bruto brasileiro registrou no terceiro trimestre de 2013 um tombo de -0,5%, em relação ao trimestre anterior.A preços correntes, o PIB chegou ao montante de R$ 1.213.440.000.000,00. Caso o Brasil consiga repetir seu único resultado positivo no último trimestre, o valor anual pode chegar a R$ 4.759.632.000.000,00.

Para efeitos comparativos, com a taxa de câmbio do dólar no mercado à vista cotada a R$ 2,32 (29/11/13), o PIB atingiria US$ 2.051.565.517.241,00 este ano, cerca de US$ 10.206,80, por habitante – população estimada de 201 milhões de pessoas. Em 2012, essas cifras correspondiam a US$ 2.252.664.120.777,00, ou US$ 11.339,00, per capita. Uma queda significativa de US$ 201.098.603.536,00, cerca de 8,93%, no período de 12 meses.

Apesar desses números, o ministro da fazenda do governo da organização criminosa considerou “gradual o crescimento da economia”. Talvez confiando na notória dificuldade dos brasileiros com a matemática, ciências e leitura, conforme foi constatado por mais uma reprovação internacional dos estudantes do país nos testes do Programme for International Student Assessment (Programa para Avaliação Internacional de Estudantes, PISA) de 2012. Coisa que seu comparsa, ministro da (des)educação, considerou uma “grande vitória”.

Na avaliação trienal de 2012 – que contou com 19.877 estudantes de 837 escolas -, o Brasil obteve a média de 391 pontos, em matemática; 410 em leitura; e 405 em ciências, amargando a 58ª posição entre 65 países, pelo baixo desempenho. De fato, só a ignorância da maioria da população explica a manutenção deste governo corruPTo e inePTo por tanto tempo.

Fontes:

Banco Mundial: http://www.worldbank.org/pt/country/brazil
Banco Central do Brasil: http://www.bcb.gov.br/pec/sdds/port/sddsp.htm?perfil=1
OECD. Programme for International Student Assessment (PISA): http://www.oecd.org/pisa/keyfindings/PISA-2012-results-brazil.pdf