O Sensacionalismo Imoral e Totalitário

O Istituto Superiore di Sanità (ISS, Instituto Superior de Saúde), da Itália, divulgou relatório em outubro de 2021, mudando a definição de mortalidade do vírus chinês de “com COVID”, para “por COVID”. Com esta medida, constatou-se que a morte de pessoas exclusivamente “pela” doença declinou consideravelmente de um relatório para outro. Com a nova nomenclatura, o número de óbitos causados, só pelo vírus chinês, foi de apenas 2,9% desde fevereiro de 2020. Outros 89% tiveram comorbidades associadas, enquanto 8,1% foram causadas pelas doenças pré-existentes do paciente. Diante desse quadro, o ISS logo se apressou em afirmar que, dos 89% mortos com outras doenças, o vírus chinês teria sido o principal causador das mortes. Interpretação que só vale para os não vacinados, já que as pessoas vacinadas mortas pelo vírus chinês nunca o foram por causa das reações à vacina, segundo o falacioso pensamento cientificista. A despeito do número recorde de mortes causados por vacina já ter sido constatado nos EUA, onde mais de 18 mil pessoas vacinadas morreram só em 2021. Marca jamais vista, pelo menos desde 1990 – período no qual as mortes causadas por outras vacinas nunca ultrapassaram os 700 casos de 2019.
Tais resultados do instituto italiano refletem números semelhantes encontrados pelos Centers for Disease Control and Prevention (CDC, Centros de Controle e Prevenção de Doenças) nos Estados Unidos, em 2020. De acordo com as instituições estadunidenses, menos de 6% dos óbitos atribuídos ao vírus chinês naquele país foram causados apenas pelo vírus feito em Wuhan. Todas as demais, ocorreram por conta do concurso de outras enfermidades. O que vem reforçar as suspeitas de que a histeria mundial em torno do vírus chinês serviu como propósito para implantar medidas de controle social por detrás de um autoritarismo sanitário sem precedentes na história da humanidade.
Nesse sentido, o Scientific Pandemic Influenza Group on Behaviour (SPI-B, Grupo Científico de Gripe Pandêmica sobre Comportamento) do Reino Unido já havia expressado, em maio de 2021, que a exploração do medo – com o apoio total da imprensa marrom internacional sensacionalista – como controle do comportamento das pessoas durante a pandemia dos hospitais vazios era imoral e totalitário. O vice-presidente do Covid Recovery Group (Grupo de Recuperação da Covid) do governo conservador britânico reconheceu que:

If we’re being really honest, do I fear that Government policy today is playing into the roots of totalitarianism? Yes, of course it is [Se, para sermos realmente honestos, temo que a política governamental hoje está brincando com as raízes do totalitarismo? Sim, claro que está]. (Steve Baker, vice-presidente do Covid Recovery Group).

Até o começo de novembro de 2021, o número de mortes registradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) foi de 4.994.160, menos de 0,07% de toda população mundial, desde o início da contagem de corpos.

Referências Bibliográficas

CDC. “Death Certificate–Based ICD-10 Diagnosis Codes for COVID-19 Mortality Surveillance — United States, January–December 2020”, in Morbidity and Mortality Weekly Report, 09 de abril de 2021, vol. 70, nº 14.
IL TEMPO.Gran pasticcio nel rapporto sui decessi. Per l’Iss gran parte dei morti non li ha causati il Covid. Disponível na internet https://www.iltempo.it/attualita/2021/10/21/news/rapporto-iss-morti-covid-malattie-patologie-come-influenza-pandemia-disastro-mortalita-bechis-29134543/. Arquivo consultado em 2021.
LA STAMPA. Covid, l’Iss: “Non è vero che solo il 2,9 per cento dei morti contagiati è dovuto al virus”. Disponível na internet https://www.lastampa.it/cronaca/2021/10/26/news/covid-l-iss-non-e-vero-che-solo-il-2-9-per-cento-dei-morti-contagiati-e-dovuto-al-virus-1.40850084/. Arquivo consultado em 2021.
OMS. Weekly Operational Update on COVID-19. Disponível na internet https://www.who.int/publications/m/item/weekly-operational-update-on-covid-19—3-november-2021. Arquivo consultado em 2021.
OPENVAERS. VAERS COVID Vaccine Mortality Reports. Disponível na internet https://openvaers.com/covid-data/mortality. Arquivo consultado em 2021.
THE TELEGRAPH. Use of fear to control behaviour in Covid crisis was ‘totalitarian’, admit scientists. Disponível na internet https://www.telegraph.co.uk/news/2021/05/14/scientists-admit-totalitarian-use-fear-control-behaviour-covid/. Arquivo consultado em 2021.

Os Donos do Mundo

À medida que o tempo passa, vai se tornando cada vez mais clara a relação entre grandes grupos financeiros e suas empresas financiadas com as violações crescentes aos direitos humanos, sob o pretexto de segurança contra pandemias, em todo mundo. Um vídeo importante disponível na internet revela as conexões existentes entre os agentes impulsionadores do mal e da histeria em torno do vírus chinês. Aos poucos, toda essa monstruosa farsa global é desmascarada pelas pessoas que ousam pensar por si mesmo.
Veja na ligação disponível, a seguir: https://rumble.com/embed/vkcqwx/?pub=4

Monopólio

https://rumble.com/vmyx1n-monopoly-who-owns-the-world-documentary-by-tim-gielen.html

O vídeo também pode ser baixado através do serviço WeTransfer: https://stopworldcontrol.wetransfer.com/downloads/73cded5b6a9c30374ed39c4aeccb48eb20210926015936/c48020

Metas a Alcançar

O objetivo principal do vírus chinês foi alcançado. O avanço do regime totalitário dos esquerdistas pós-modernos obteve sucesso nos Estados Unidos. Os avisos foram feitos com antecedência. As fanfarronices, no entanto, nunca são eficientes contra quem não se deixa levar por palavras, mas por metas a serem atingidas. Com certeza, a ousadia dos esquerdofrênicos não ficará por aí e novas restrições aos direitos individuais serão praticadas mundo a fora, até a implementação total do comunismo pós-modernista. As eleições estadunidenses de 2020 possuem vários paralelos com a brasileira de 2014. Por um lado, republicanos radicais desejam defenestrar o mais rápido possível o democrata eleito fraudulentamente. Por outro, os esquerdistas extremistas veem o novo presidente como um obstáculo a ser retirado, a fim de que sua candidata, no posto de vice, tome o poder logo. O mandato do próximo presidente yanque não vale um dólar furado.

O Trimestre

A pandemia dos hospitais vazios completou seu terceiro mês de mortandade, no Brasil, contribuindo para 2020 superar as mortes por causas respiratórias de 2019, segundo a central de informações dos Cartórios de Registro Civil, do país. Mesmo assim, a gripe chinesa que matou 39.213 brasileiros, desde 16 de março, foi responsável por 7,45% dos óbitos por causa respiratória no ano (Figura 1), que registra, no total, 526.998 mortes – 15.896 a mais do que 2019. O vírus chinês matou menos do que insuficiência respiratória (42.977), septicemia (68.907) e a pneumonia (83.991). Demais óbitos somados alcançaram 278.652 até 16 de junho de 2020. Em média, a gripe chinesa causou 426 mortes diárias, de março a junho, com 861, no máximo, alcançado em 14 de maio (Figura 2). A curva senoidal extraída dos casos nos últimos 92 dias, mostra uma onda que já chega a seu vale, depois de ultrapassar sua crista no 60º dia – 14/05 (figura 3). Tudo isso, independente das políticas de bloqueios e restrição dos direitos individuais provocadas por mal disfarçados tiranetes espalhados, nos estados e municípios nacionais.

Fonte: CRC


Fonte: CRC


Alguns autores e instituições, neste período, levantaram a hipótese verdadeira de que tais ações restritivas, em geral, causaram mais mortes e prejuízos econômicos do que medidas voluntárias e precisas adotadas nos locais específicos onde as infecções ocorreram (veja DAILY MAIL. “Many US states have seen LOWER infection rates after ending lockdowns that are are now destroying millions of livelihoods worldwide, JP Morgan study claims”). Por outro lado, a doença seguiu seu padrão generalizado em vários países com ou sem que tais medidas fossem adotadas, caminhando naturalmente para um declínio, depois de atingir seu ápice (veja BLOOMBERG. “Did Japan Just Beat the Virus Without Lockdowns or Mass Testing?” e THE SPECTATOR. “New study suggests Covid infections were falling before lockdown”). Assim, os danos sofridos pelo pânico gerado pela imprensa marrom internacional e pelos governantes antiliberais teriam sido desnecessários e em alguns lugares intencionais, no sentido de prejudicar a economia local e desestabilizar o governo ao qual se opusessem.
À medida que o tempo passa o comportamento do virus chinês vai se mostrando igual das enfermidades que surgem a cada ano, vitimando as pessoas com saúde mais frágil e ocupando seu lugar ao lado de outras doenças igualmente fatais, ou mesmo piores. 2020 vai ficar marcado pela manipulação de uma doença por interesses ideológicos e econômicos que aos poucos vão sendo revelados (veja KENNEDY JR, R. F. “Gates’ Globalist Vaccine Agenda: A Win-Win for Pharma and Mandatory Vaccination”).

Referências Bibliográficas

BLOOMBERG. “Did Japan Just Beat the Virus Without Lockdowns or Mass Testing?”. Disponível na Internet via https://www.bloomberg.com/news/articles/2020-05-22/did-japan-just-beat-the-virus-without-lockdowns-or-mass-testing. Arquivo Consultado em 2020.
DAILY MAIL. “Many US states have seen LOWER infection rates after ending lockdowns that are are now destroying millions of livelihoods worldwide, JP Morgan study claims”. Disponível na internet via https://www.dailymail.co.uk/news/article-8347901/US-states-LOWER-infection-rates-lockdowns-end-study-claims.html. Arquivo consultado em 2020.
KENNEDY JR, R. F. “Gates’ Globalist Vaccine Agenda: A Win-Win for Pharma and
Mandatory Vaccination”
. Disponível na Internet via https://childrenshealthdefense.org/news/government-corruption/gates-globalist-vaccine-agenda-a-win-win-for-pharma-and-mandatory-vaccination/. Arquivo consultado em 2020.
THE SPECTATOR. “New study suggests Covid infections were falling before lockdown”. Disponível na Internet via https://www.spectator.co.uk/article/new-study-shows-covid-infections-were-falling-before-lockdown. Arquivo consultado em 2020.

De Volta para 1984

(…)os três lemas do Partido:
GUERRA É PAZ
LIBERDADE É ESCRAVIDÃO
IGNORÂNCIA É FORÇA (ORWELL, G. 1984, cap. 1, p.6)

EM 1949, Eric Arthur Blair (1903-1950), a usar o pseudônimo George Orwell, escreveu a principal distopia, conhecida pelo título de um ano: 1984. Orwell era um escritor inglês que participou da Gerra Civil Espanhola (1936-1939) ao lado dos republicanos. Suas experiências pessoais foram contadas em livros como A Caminho de Wigan (1937) e Lutando na Espanha (1938). Porém, ficou mais famoso por suas denúncias à revolução comunista e ao estalinismo, respectivamente, em A Revolução dos Bichos (1945) e na obra-prima 1984, publicada um ano antes de sua morte.
1984 representa a consolidação de um novo gênero literário, do qual Orwell foi seu mestre, a distopia, um conceito que inverte a concepção idealizada de uma sociedade. Nesse sentido, é o inverso de uma utopia, como a primeira imaginada por Platão (429–348/47 a.C.), em sua República. Em uma distopia, a humanidade decai ao ponto de se deixar dominar por um regime político tirânico anti-humanista, cuja ideologia totalitária submete todos cidadãos a um governo opressor que impõe o terror à população. Mudanças sutis são inicialmente implementadas a partir da criação de uma nova gramática que transforma os significados de conceitos como os de paz, verdade, liberdade e amor – algo semelhante à ideologia do “politicamente correto”.

(…)Eram as sedes dos quatro Ministérios entre os quais se dividiam todo aparato do governo: o Ministério da Verdade, que se ocupava das notícias, diversões, educação e belas artes; o Ministério da Paz, que se ocupava da guerra; o Ministério do Amor, que mantinha a lei e a ordem; e o Ministério da Fartura, que era responsável pelos assuntos econômicos. Seus nomes, em Novilíngua: Miniver, Minipaz, Miniamo e Minifarto.
O Ministério do Amor era realmente atemorizante. Não tinha janela alguma (ORWELL, G. Op.cit, p.7)

Tal como na atualidade pandêmica do século XXI, a tecnologia é empregada para o controle total das vidas dos indivíduos. Qualquer comportamento divergente é perseguido e ameaçado de prisão, tortura e mesmo assassinato. As pessoas que ousam discordar do pensamento dominante são obrigadas a se sujeitarem a processos reformadores, a fim de seguirem os ditames do partido único e seu líder “o grande irmão”, sobre o qual um culto à personalidade foi criado para erguê-lo à condição de um ser superior. Quem desobedecer seus comandos deve ser censurado e eliminado do convívio social, caso não aceite servir à nova ordem mundial totalitária.
Algo que vem sendo implantado cada vez mais rápido pelos serviços da atual rede mundial de computadores, onde a censura e denúncias vazias vêm sendo aplicadas no intuito de que prevaleça o pensamento único. Aqueles que se opõem a isto são banidos e seus argumentos silenciados nas chamadas “redes sociais”. Assim como os bloqueios de territórios, a prisão domiciliar de pessoas saudáveis, a supressão do livre arbítrio, a restrição do direito de ir e vir passam a ser consideradas medidas legítimas e democráticas, durante as pandemias. Ao passo que a liberdade de expressão, a manifestação política e a desobediência civil são condenadas como “ações autoritárias”.
Orwell foi o primeiro autor a mostrar com clareza as semelhanças entre o fascismo e o regime comunista totalitários. 1984 não se limitou aos 366 dias do ano bissexto do século XX, mas se estendeu até os dias atuais com a força destrutiva do relativismo pós-moderno obscurantista. É um desses livros premonitórios cuja leitura se tornou fundamental para quem fica em casa, por conta da histeria coletiva internacional.

Referências Bibliográficas

ORWELL, G. 1984. Disponível na internet via https://www.planetebook.com/free-ebooks/1984.pdf. Arquivo consultado em 2020.
____. 1984. Disponível na internet via https://clubedolivrodesatolep.files.wordpress.com/2012/08/george-orwell-19841.pdf. Arquivo consultado em 2020.

Meses Depois…

A central de informações dos Cartórios de Registro Civil (CRC) do Brasil apresentou novos gráficos atualizados e mais detalhados dos óbitos provocados por doenças respiratórias, no país. Durante o período de dias que vem desde o dia 16 de março até 16 de maio, foram registrados 16.179 óbitos. Uma média de 261 casos por dia com o máximo de 613 mortes a 08 de maio (veja Figura 1) Isto representa 8,75 por cento das fatalidades ocorridas neste intervalo, em 2020, 184.856 no total. Um número menor do que aconteceu em 2019, sem a ocorrência da pandemia, quando 188.955 brasileiros morreram por doenças respiratórias. Foram 4.099 ocorrências a mais do que 2020, ano em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estar sob severa pandemia oriunda da China (veja Figura 2).

Figura 1 – Fonte: CRC


Figura 2 – Fonte: CRC

Por conta dessa nova doença, várias medidas extremas foram tomadas em todo mundo contra os direitos individuais das pessoas saudáveis ao trabalho e liberdade. Governantes com viés totalitários tomaram decisões que provocaram mais mortes do que as naturais nessa época, em diversos países. Na cidade do Rio de Janeiro, capital do estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a administração municipal – notória por sua má gestão na saúde – decretou quarentena, uso obrigatório de máscara e bloqueio de alguns bairros. O resultado foi um aumento vertiginoso do número de óbitos na região. Até o dia 18 de abril, data do decreto municipal que obrigou o uso de máscara para todos cidadãos cariocas, a média de óbitos era de 15 por dia, sendo 15 de abril o mais grave com 55 casos. A partir do decreto, a média diária saltou para 96 com maior mortandade em 30 de abril, quando ocorreram 159 mortes por causa do vírus chinês e das medidas desastrosas adotadas (veja Figura 3).

Figura 3 – Fonte CRC

Em todo mundo, os desastres causados pelo confinamento vão sendo revelados. No recordista estado de Nova York, nos Estados Unidos (EUA), seu governador esquerdista se disse “chocado” por uma pesquisa oficial ter revelado que a maioria dos pacientes hospitalizados com a gripe chinesa estavam cumprindo corretamente as medidas restritivas que seu governo inconsequente havia ordenado (veja Figura 4). Ações humanitárias de combate à fome, mortalidade infantil, materna e outras doenças mais graves que a disseminada pelo Partido Comunista da China (vulgo PCC) estão sendo ameaçadas por bloqueios forçados por gestores autoritários (veja artigos da UNICEF. As COVID-19 devastates already fragile health systems, over 6,000 additional children under five could die a day, without urgent action e THE GUARDIAN. Millions predicted to develop tuberculosis as result of Covid-19 lockdown).

Figura 4 – Fonte: CNBC

Países que optaram por manter suas políticas democráticas começam a receber o reconhecimento internacional, enquanto preservam sua população imunizada naturalmente de futuras recaídas (veja SAYERS, F. Nobel prize-winning scientist: the Covid-19 epidemic was never exponential). O Brasil, cujo governo federal optou por não decretar estado de defesa, gestores estaduais e municipais tomaram várias medidas contraditórias, sendo que aqueles cujos sistemas de saúde falidos decidiram tomar medidas extremas, acabaram por quebrar suas economias e multiplicar o número de mortos. Como no caso do Rio de Janeiro, onde leitos hospitalares completos estão vazios por falta de pessoal qualificado para sua utilização (veja YAHOO. Comissão encontra leitos vazios a poucos metros de pacientes que esperam vagas em corredores).

Medidas como lockdown só servem para encobrir a incapacidade gerencial da administração pública em abrir leitos ou UTIs que vinham sendo ostensivamente fechados e contribuíram para o estado atual que sugere o sistema como lotado (FERREIRA, Dr. G. Comunicado).

Apesar das advertências contra o alarmismo histérico orquestrado em torno da gripe chinesa, a marcha da estupidez humana segue seu curso rumo ao abismo no qual se pretende atirar as conquistas históricas da humanidade.

Referências Bibliográficas

CNBC. Cuomo says it’s ‘shocking’ most new coronavirus hospitalizations are people who had been staying home. Disponível na Internet via https://www.cnbc.com/2020/05/06/ny-gov-cuomo-says-its-shocking-most-new-coronavirus-hospitalizations-are-people-staying-home.html. Arquivo consultado em 2020.
FERREIRA, Dr. G. Comunicado: Sinmed RN é contrário ao lockdown. Disponível na Internet via http://sinmedrn.org.br/noticias/sinmed-rn-e-contrario-ao-lockdown/. Arquivo consultado em 2020.
THE GUARDIAN. Millions predicted to develop tuberculosis as result of Covid-19 lockdown. Disponível na Internet via https://www.theguardian.com/global-development/2020/may/06/millions-develop-tuberculosis-tb-covid-19-lockdown. Arquivo consultado em 2020.
SAYERS, F. Nobel prize-winning scientist: the Covid-19 epidemic was never exponential. Disponível na Internet via https://unherd.com/thepost/nobel-prize-winning-scientist-the-covid-19-epidemic-was-never-exponential/. Arquivo consultado em 2020.
UNICEF. As COVID-19 devastates already fragile health systems, over 6,000 additional children under five could die a day, without urgent action. Disponível na Internet via https://www.unicef.org/press-releases/covid-19-devastates-already-fragile-health-systems-over-6000-additional-children. Arquivo consultado em 2020.
YAHOO. Coronavírus: Comissão encontra leitos vazios a poucos metros de pacientes que esperam vagas em corredores. Disponível na Internet via https://br.noticias.yahoo.com/coronav%C3%ADrus-comiss%C3%A3o-encontra-leitos-vazios-200007769.html. Arquivo consultado em 2020.

Da Servidão Voluntária

LEITURA recomendável e muito oportuna para os períodos nos quais as pessoas aceitam passivamente a violação crescente de suas liberdades e direitos, em troca de uma suspeita segurança e proteção, é o opúsculo imortal do jurista francês Étienne de la Boétie (1530-1563). Publicada postumamente em 1571, “Discurso sobre a Servidão Voluntária” aborda a forma servil que muitos passam a respeitar os abusos de governantes que pouco a pouco se tornam tiranos que subjugam seus próprios eleitores, mesmo sob o pretexto de lhes preservar a vida, integridade física ou a paz. De la Boétie era amigo próximo do inventor dos ensaios modernos, Michel de Montaigne (1533-1592), a quem o texto foi apresentado antes de sua publicação não autorizada.
Alguns críticos consideram Da Servidão Voluntária obra da juventude de Montaigne. Mas o próprio autor dos Ensaios (1580) tratou de endereçar os verdadeiros créditos a seu amigo Étienne.
De La Boétie foi o primeiro autor moderno a descobrir a verdadeira natureza do poder e como os tiranos conseguem usurpá-lo com a conivência de outros indivíduos. Apontou a fraqueza de vontade humana que se curva perante a força bruta de umas poucas pessoas. Muitos esperam que no futuro a tirania caia, mas o vício em servir aos “poderosos” superam até mesmo os limites da covardia. Com o passar do tempo, a memória da liberdade acaba por ceder aos falsos benefícios da servidão. A cupidez toma o lugar da razão.
No entanto, para combater o tirano bastaria que as pessoas apenas pararem de servi-lo. O auto-engano de uma troca vantajosa de sua liberdade por uma suposta segurança é que escraviza os povos.

Assim são os tiranos: quanto mais eles roubam, saqueiam, exigem, quanto mais arruínam e destroem, quanto mais se lhes der e mais serviços se lhes prestarem, mais eles se fortalecem e se robustecem até aniquilarem e destruírem tudo. Se nada se lhes der, se não se lhe obedecer, eles, sem ser preciso luta ou combate, acabarão por ficar nus, pobres e sem nada, da mesma forma que a raiz, sem umidade e alimento, se torna ramo seco e morto (DE LA BOÉTIE, É. Discurso sobre a Servidão Voluntária).

A liberdade é o maior bem. Para mantê-la, basta que se negue apoio ao tirano. A servidão é uma doença mortal para os direitos dos indivíduos, que pode surgir mesmo em democracias, onde os futuros tiranos são eleitos e se alimentam do medo das pessoas cada vez que estas aceitam o aumento gradativo da servidão. O hábito de obedecer sem questionar é a primeira causa da servidão voluntária. A perda da coragem vem a seguir. O prazer da diversão e a garantir de subsistência vêm em troca da submissão. Até mesmo a religião se alia aos usurpadores no sentido de aliviar as dores dos que sofrem seu jugo. Porém, o número daqueles que protegem os tiranos sempre foi menor da multidão subjugada.

Sempre foi a uma escassa meia dúzia que o tirano deu ouvidos. Foram sempre esses os que lograram aproximar-se dele ou ser por ele convocados, para serem cúmplices das suas crueldades, companheiros dos seus prazeres, alcoviteiros de suas lascívias e com ele beneficiários das rapinas. (…) Essa meia dúzia tem ao seu serviço mais seiscentos que procedem com eles como eles procedem com o tirano (…) para que eles ocultem as suas avarezas e crueldades, para serem executores no momento combinado e praticarem tais malefícios que só à sombra deles podem sobreviver e não cair sob a alçada da lei e da justiça (…) (DE LA BOÈTIE. È. Op. cit.).

Os maus são atraídos pelo mal, que lhes permite repartir os espólios da tirania. A ambição os move. Aproveitam-se da ignorância da maioria, que a divide, enquanto os corruPTos se unem. A má educação se alia à estupidez que submete a população.
O “Discurso sobre a Servidão Voluntária” antecipou em um século a concepção contratualista de Thomas Hobbes (1588–1679), onde o poder soberano surge do acordo de cada indivíduo para garantia da paz entre todos. Muito antes de Immanuel Kant (1724-1804) cunhar o lema do Iluminismo, De La Boétie “ousou pensar” e propôs, como Henry David Thoreau (1817-1862), a desobediência civil no intuito de solapar os usurpadores do poder. Uma compreensão clara da origem do poder no consentimento de cada um faria com que o hábito de servir aos tiranos não prosperasse. Entretanto, poucos têm consciência disso ainda no século XXI.

Referências Bibliográficas

DE LA BOÈTIE, É.Discours de la Servitude Volontaire. Disponível na internet via https://www.singulier.eu/textes/reference/texte/pdf/servitude.pdf. Arquivo consultado em 2020.
____.Discurso sobre a Servidão Voluntária. Disponível na internet via https://www.culturabrasil.org/zip/boetie.pdf. Arquivo consultado em 2020.

Os Laboratórios de Wuhan

A hipótese de que a gripe chinesa possa ter sido originada, por “acidente”, em um laboratório de Wuhan (Hubei, China) surgiu pela primeira vez em um texto de pesquisadores chineses dessa cidade publicado na internet, em fevereiro de 2020. Sua base decorre no fato de que o caso mais antigo da doença, detectado no início de dezembro de 2019, não estar relacionado com outros supostamente ligados ao mercado de pesca Huanan, em Wuhan, apontado como provável origem de todo mal. Os pesquisadores sugeriram, então, a possibilidade de dois laboratórios próximos ao mercado terem sido as fontes de disseminação do vírus chinês (veja XIAO, B. & XIAO, L. “The possible origins of 2019-nCoV coronavirus”).
O laboratório mais perto fica a cerca de 280 metros e pertence ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Wuhan (WHCDC), onde são realizados estudos em morcegos capturados nas províncias de Hubei e Zhejiang (Figura 1). Pelo menos um pesquisador desse local foi infectado por morcegos, enquanto coletava amostras de sangue e tecidos desses animais. O WHCDC é vizinho do Hospital Union, onde o primeiro grupo de médicos foi contaminado pela pandemia (veja XIAO, B. & XIAO, L. Op.Cit.).

Figura 1. Reprodução de mapa existente no artigo “The possible origins of 2019-nCoV coronavirus”, que mostra a distância do Mercado de Pesca até o WHCDC.

O segundo laboratório suspeito dista a cerca de 13 quilômetros do mercado de pesca e pertence à Academia Chinesa de Ciências, o famigerado Instituto de Virologia de Wuhan. Este laboratório participou da criação da primeira quimera gerada pela reversão do sistema genético de um coronavírus encontrado nos morcegos-ferradura (veja DISCURSUS. “Origens do Vírus Chinês”).
As suspeitas sobre o Instituto de Virologia ficaram ainda mais robustas depois que um estudo feito por vários pesquisadores da Índia, no final de janeiro de 2020, constatou que quatro trechos do coronavírus chinês são similares aos presentes no HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana, causador da Síndrome se Imuno-Deficiência Adquirida (AIDS). Tais segmentos não estão presentes em nenhum coronavírus que se tem notícia e seriam improváveis de terem passados por uma mutação na natureza (veja PRADHAN, P et al. Uncanny similarity of unique inserts in the 2019-nCoV spike protein to HIV-1 gp120 and Gag, conclusão). Em uma entrevista dada à rádio francesa Frequénce Médicale, um dos ganhadores do prêmio Nobel de Medicina de 2008 – pela descoberta do HIV -, Luc Montaignier, depois de analisar o trabalho indiano, declarou que:

Para inserir uma sequência de HIV nesse genoma, são necessárias ferramentas moleculares, isso só pode ser feito em laboratório (MONTAGNIER, Luc. apud BORSA. Th. La thèse d’un virus manipulé échappé d’un laboratoire chinois.)

Investigação Aberta

Segundo reportagem do jornal The Washington Post, uma comissão oficial de técnicos em meio ambiente, saúde e tecnologia, chefiada pelo consul dos Estados Unidos em Wuhan, visitou o laboratório do Instituto de Virologia da cidade, em março de 2018. Lá, a equipe constatou que havia risco de uma nova pandemia de SARS se iniciar a partir do local, por causa da pesquisa com coronavírus de morcegos e sua potencial transmissão em humanos, ali em andamento. O Instituto de Virologia teve o primeiro laboratório da China a ser classificado com o mais alto nível de segurança internacional para realizar pesquisas biológicas (BSL-4), como a manipulação genética de coronavírus. Já o WHCDC, possui apenas o nível 2 de biossegurança. Por conta disso, foi o Instituto de Virologia suspeito de “acidentalmente” propagar a gripe chinesa (veja THE WASHINGTON POST. “State Department cables warned of safety issues at Wuhan lab studying bat coronaviruses”).
Pesquisadores daquele Instituto negam ter sido o lugar originário do vírus chinês. E alegam terem sidos os primeiros a relacionarem o novo coronavírus com morcegos. Todavia, o governo comunista da China censurou todas informações sobre a origem do vírus, vitais para o entendimento científico da praga (veja THE WASHINGTON POST. Op.Cit.), enquanto, por outro lado, reforçou a necessidade de uma nova legislação que “previna e proíba o uso de agentes biológicos ou biotecnologia que possa prejudicar a segurança nacional” (veja SOUTH CHINA MORNING POST. Xi Jinping calls for overhaul of China’s health crisis response system). O que inclui a biossegurança de laboratórios como os de Wuhan – onde o Instituto de Virologia é o único capaz de manipular vírus, como o que provocou a nova doença (Figura 2).

Figura 2. Diferentes trajetos entre o Mercado de Pesca de Wuhan e o Instituto de Virologia, com duração máxima de 32 minutos.

A fim de obter respostas para essa questão crucial, uma investigação completa foi aberta pelo governo dos Estados Unidos, com o objetivo de apurar se a origem do vírus chinês se deu no laboratório em Wuhan. A princípio não se considera a possibilidade de fabricação de uma arma biológica, mas uma desastrosa tentativa da China em provar sua capacidade de identificar e combater vírus com a mesma competência que os Estados Unidos, segundo fontes do canal de notícias Fox (veja FOX NEWS. US officials confirm full-scale investigation of whether coronavirus escaped from Wuhan lab).
Boas razões há para se responsabilizar as autoridades chinesas pela propagação da segunda pandemia do século XXI. Se as suspeitas forem confirmadas, o governo chinês e o partido comunista que o controla deverão ser processados internacionalmente. O histórico de massacres, genocídios e manipulações prova que o mundo nunca estará seguro, enquanto os comunistas governarem qualquer nação.

Referências Bibliográficas

FOX NEWS. US officials confirm full-scale investigation of whether coronavirus escaped from Wuhan lab. Disponível na internet via https://www.foxnews.com/politics/us-officials-investigation-coronavirus-wuhan-lab. Arquivo consultado em 2020.
MONTAGNIER, Luc. apud BORSA. Th. La thèse d’un virus manipulé échappé d’un laboratoire chinois. Disponível na internet via https://www.pourquoidocteur.fr/Articles/Question-d-actu/32190-EXCLUSIF-La-these-d-un-virus-manipule-echappe-d-un-laboratoire-chinois-pave-mare-Pr-Luc-Montagnier. Arquivo consultado em 2020.
PRADHAN, P et al. Uncanny similarity of unique inserts in the 2019-nCoV spike protein to HIV-1 gp120 and Gag. Disponível na internet via https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.01.30.927871v1.full.pdf. Arquivo consultado em 2020.
SOUTH CHINA MORNING POST. Xi Jinping calls for overhaul of China’s health crisis response system. Disponível na internet via https://www.scmp.com/print/news/china/society/article/3050754/xi-jinping-calls-overhaul-chinas-health-crisis-response-system. Arquivo consultado em 2020.
THE WASHINGTON POST. “State Department cables warned of safety issues at Wuhan lab studying bat coronaviruses”. Disponível na internet via https://www.washingtonpost.com/opinions/2020/04/14/state-department-cables-warned-safety-issues-wuhan-lab-studying-bat-coronaviruses/. Arquivo consultado em 2020.
XIAO, B. & XIAO, L. “The possible origins of 2019-nCoV coronavirus”. Disponível na internet via https://chanworld.org/wp-content/uploads/wpforo/default_attachments/1581810860-447056518-Originsof2019-NCoV-XiaoB-Res.pdf. Arquivo consultado em 2020.

Um Mês de Manipulação

Filosofia ContemporâneaDE uma “síndrome aguda respiratória severa” (SARS), espera-se que provoque complicações que possam levar a óbito por insuficiência respiratória ou mesmo pneumonia. De uma pandemia, doença que se alastra em escala mundial, presume-se que vá provocar uma grande corrida aos hospitais, causando superlotação e até mesmo colapso no sistema de saúde. Apesar de tais expectativas funestas, a chamada pandemia de SARS-CoV2, de 2020, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tem apresentado baixa mortalidade e subutilização dos leitos hospitalares em todo Brasil e em outros países, como Alemanha e Estados Unidos (EUA).
Números registrados pelos Cartórios de Registro Civil brasileiros apontam para 24.778 casos de óbitos, por pneumonia e insuficiência respiratória, sofridos desde 16 de março de 2020. Um quadro muito melhor do que o ocorrido em 2019, neste mesmo período, quando mais de 31 mil pessoas morreram por essas mesmas causas (ver Figuras 1 e 2). Foi em 16 de março que começaram a ocorrer as primeiras mortes da gripe chinesa no Brasil. A partir daí, 2.066 óbitos desta doença ocorreram em todo país contra 22.712 causadas por outras enfermidades (ver Figura 3). O que equivale à media de 67 fatalidades por dia, com um pico de 158 falecimentos, em 05 de abril.



Em relação à população brasileira, a taxa de mortalidade do vírus chinês foi de 0,001%, no primeiro mês. A baixa mortalidade do vírus chinês pode ser uma das causas dos hospitais estarem vazios. Outra razão, pode ser creditada ao número de casos ativos. No capital do Rio de Janeiro, segunda cidade com maior número de confirmações no Brasil (2.519), por exemplo, são 1.488 casos ativos (ver Figura 4), 1.240 pessoas hospitalizadas (284 em UTIs), segundo o boletim do Painel Rio de 15 de abril. De acordo com o serviço DataSUS, a cidade do Rio possui 13.933 leitos de internação e mais 4.043 complementares. Sendo assim, menos de 7% dos leitos municipais estão ocupados por pacientes com a gripe chinesa, no Rio. Na capital fluminense, que possui 6.718.903 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mortalidade está em torno de 0,004%.

Com números tão baixos, como os apresentados no primeiro mês de sua proliferação, não se justificam a histeria da imprensa marrom e o comportamento predador de políticos corruPTos que desejam quebrar a economia do país e destruir o governo federal, ao qual se opõem, por causa de uma doença de fácil tratamento. Nenhuma medida extrema foi tomada na primeira pandemia do século XXI, cuja taxa de mortalidade mundial chegou a 0,004%, em 2009. Na época, os democratas governavam os EUA e uma organização criminosa, o Brasil.
OBS: Vale notar que, para população mundial estimada em 7.700.000.000, a taxa de mortalidade da gripe chinesa é de 0,001699805%, segundo o número de mortos divulgado pela OMS em 16 de abril (130.885).

Referências Bibliográficas

DATASUS. Recursos Físicos. Disponível na internet via https://datasus.saude.gov.br/cnes-recursos-fisicos/. Arquivo consultado em 2020.
IBGE. Rio de Janeiro (RJ). Disponível na internet via https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rj/rio-de-janeiro.html. Arquivo consultado em 2020.
PAINEL RIO. Covid 19. Disponível na internet via https://experience.arcgis.com/experience/38efc69787a346959c931568bd9e2cc4/. Arquivo consultado em 2020.
PORTAL DA TRANSPARÊNCIA. Especial Covid-19. Disponível na internet via https://transparencia.registrocivil.org.br/especial-covid. Arquivo consultado em 2020.
STREECK, H. et. al. Vorläufiges Ergebnis und Schlussfolgerungen der COVID-19 Case-Cluster-Study (Gemeinde Gangelt). Disponível na internet via https://www.land.nrw/sites/default/files/asset/document/zwischenergebnis_covid19_case_study_gangelt_0.pdf. Arquivo consultado em 2020.
THE ECONOMIST. Why a study showing that covid-19 is everywhere is good news. Disponível na internet via https://www.economist.com/graphic-detail/2020/04/11/why-a-study-showing-that-covid-19-is-everywhere-is-good-news. Arquivo consultado em 2020.
VERITY, R. et al. Estimates of the severity of coronavirus disease 2019. Revista Lancet Infect Dis. Disponível na internet via https://doi.org/10.1016/
S1473-3099(20)30243-7
. Arquivo consultado em 2020.
WHO. Coronavirus disease 2019. Disponível na internet via https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/situation-reports/20200416-sitrep-87-covid-19.pdf?sfvrsn=9523115a_2. Arquivo consultado em 2020.

Origens do Vírus Chinês

 

CENA muito comum em locais públicos e em particulares acontece quando pessoas beijam e lambem seus animais de estimação. O consumo de carne de caça ou mesmo de animais de corte – como bois, porcos e frangos – preparados de forma rápida, mal assados ou cozidos também ocorre com frequência. Assim como laboratórios elaboram pesquisas que manipulam vários tipos de substâncias biológicas sem pensarem nas consequências resultantes.
A proximidade entre humanos e animais domésticos fatalmente leva a troca de microrganismos entre diferentes espécies. Em culturas que passaram por fomes severas em sua história, costumam incluir em seu cardápio culinário vários animais silvestres cujas doenças são desconhecidas. Não bastasse isso, para exposição humana a novas enfermidades, vários centros de estudos espalhados pelo mundo realizam experiências de manipulação genética com potencial de uso destrutivo em armas químicas e biológicas.
A maioria das doenças tem origem em outros animais. Através da contaminação da água, por mosquitos ou pelo sangue, tratadores, caçadores ou trabalhadores que estão expostos ao ambiente selvagem vivem em contato constante com outras espécies, sujeitos a transmissão de suas moléstias. A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (conhecida como AIDS) surgiu nas florestas da África Central, mas só foi diagnosticada em 1981 por testes feitos em pessoas no Centro Médico da Universidade da Califórnia. No ano de sua descoberta, mais de 100 mil pessoas foram infectadas de diversas maneiras, em todo mundo. Um novo tipo de malária mortal – desconhecido por todo século XX – é transmitido pelo parasita Plasmodium knowlesi, presente em macacos do sudoeste da Ásia. A Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), por usa vez, teve sua origem localizada no sudeste asiático. O monitoramento de pessoas expostas aos animais em lugares de alta concentração viral poderia detectar o momento em que tais micróbios atingem a espécie humana, permitindo a prevenção e disseminação de novas pandemias (ver WOLFE, N. “Waiting for ‘The Final Plague'” e “How to Prevent a Pandemic”).
Ao longo de milhares de anos de história, a China passou por vários períodos de fome e peste. O mais recente ocorreu durante a implantação do regime totalitário de Mao Tsé-Tung (1893-1976) pelo Partido Comunista da China (vulgo PCC), entre 1958 e 1962. Ficou conhecido como A Grande Fome. Estima-se que o número de mortes por fome e doenças tenha chegado a 45 milhões de chineses. Os que sobreviveram e não faziam parte da nomenklatura do PCC se alimentavam de insetos, pequenos animais como ratos e sapos, nas condições mais degradantes possíveis. Por conta disso, diversas moléstias se espalharam na população mais pobre, desde diarreia a tifo. A culinária chinesa incorporou muitos pratos com todo tipo desses animais. O Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, em Wuhan, capital da província de Hubei, região central da China, além de peixe, tornou-se famoso por vender carne de animais selvagens e exóticos, graças à demanda por esse tipo de refeição pela cultura chinesa. Mais de 112 itens, incluindo morcegos e cobras, são oferecidos ao publico nesse local. Devido a suas condições insalubres, foi considerado responsável pelos primeiros casos de pneumonia causados pelo vírus SARS-CoV-2, no final de 2019 (ver DIKÖTTER, F. A grande fome de Mao, part. 6, cap. 32 e WIKIPEDIA, Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan).
Enquanto alguns pesquisadores trabalham para formar uma rede mundial de monitoramento de novas doenças, outros cientistas procuram criar novos patógenos passíveis de disseminação. Em 2014, o Laboratório Chave de Patógenos Especiais e Biossegurança, do Instituto de Virologia de Wuhan, colaborou com outros institutos estadunidenses e suíço na criação do primeiro vírus quimérico em laboratório. A transformação foi feita a partir da manipulação do sistema genético do coronavírus SHC014-CoV, encontrado em morcegos-ferradura chineses. Isso resultou em um potente agente infeccioso, resistente à vacina e imunoterapia, em ratos e, potencialmente, em humanos (ver MENACHERY, V.D. et al. “A SARS-like cluster of circulating bat coronaviruses shows potential for human emergence”, p.1508).
Conscientes dos perigos em torno dos coronavirus (CoVs) presentes em morcegos, cientistas chineses do laboratório de Wuhan empreenderam uma pesquisa na qual catalogaram os diversos patógenos existentes nesses animais, na China. Nos últimos 14 anos, pelo menos, duas epidemias de CoVs transmitidas por morcegos causaram grandes estragos na população e economia chinesas.

Figura 1 – Reprodução de mapa de distribuição de CoVs e seus respectivos morcegos hospedeiros, na China, encontrado na resenha “Bat Coronaviruses in China”. A província de Guangdong circundada em vermelho foi onde começaram duas epidemias de SARS e SADS, anteriores a do Covid-19.

(…) A maioria dos CoVs podem ser encontrados na China (…). Além do mais, a maioria dos morcegos hospedeiros de CoVs vive perto de humanos, potencialmente, transmitindo viroses para humanos e pecuária. A cultura alimentar chinesa sustenta que os animais abatidos na hora são mais nutritivos e tal crença pode facilitar a transmissão viral (FAN, Y. et al. “Bat Coronaviruses in China”, § 2.3).

O trabalho, cuja resenha foi publicada em março de 2019, não chegou a localizar o SARS-CoV2, mas identificou 18 espécies de vírus espalhadas em morcegos de várias regiões do país (Fig. 1). No final do ano, a despeito de todas advertências, uma nova pandemia emergiu na capital da província de Hubei, Wuhan, sede do laboratório de onde partiu a pesquisa.

Referências Bibliográficas

DIKÖTTER, F. A Grande Fome de Mao; trad. Ana Mª Mandim. – Rio de Janeiro: Record, 2017.
FAN, Y. et al. “Bat Coronaviruses in China”. – Revista Viruses 2019, 11, 210. Disponível na Internet via https://www.mdpi.com/1999-4915/11/3/210. Arquivo consultado em 2020.
MENACHERY, V.D. et al. “A SARS-like cluster of circulating bat coronaviruses shows potential for human emergence”. Revista Nature Medicine, vol. 21, nº 12, dez. 2015. Disponível na Internet via https://doi.org/10.1038/nm.3985. Arquivo consultado em 2020.
WIKIPEDIA. Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan. Disponível na Internet via https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_Atacadista_de_Frutos_do_Mar_de_Huanan. Arquivo consultado em 2020.
WOLFE, N. “Waiting for ‘The Final Plague'”. Disponível na Internet via https://www.edge.org/conversation/nathan_wolfe-waiting-for-the-final-plague. Arquivo consultado em 2020.
___. “How to Prevent a Pandemic”. Disponível na Internet via https://www.edge.org/conversation/nathan_wolfe-how-to-prevent-a-pandemic. Arquivo consultado em 2020.